segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Quebra-pedra


Esta é uma erva bastante conhecida no uso medicinal popular. Nos jardins, costuma ser arrancada quase como se fosse uma praga, pois acreditam que interferem na estética dos jardins, canteiros e jardineiras, na maior parte das vezes ornamentais.

Pois então, lembram-se da kalanchoe que encontrei nascida ao pé da árvore, perto da estação Vila Madalena do metrô (matéria do dia 07 de janeiro de 2010)? Aquela árvore parece ser muito generosa mesmo, pois junto com a kalanchoe encontrei um pé de quebra-pedra muito bonitinho. Ei-lo.
Desde criança ouvia falar desta erva, que era menosprezada pelas pessoas consideradas mais “letradas”. Mesmo dentre na família, fomos, eu e minha mãe, alvos de chacotas por causa do uso de infusões de ervas contra nossos mal-estares.

Observando a quebra-pedra percebe-se uma planta de muita vitalidade, mas de uma delicadeza muito grande. Suas folhas são miudinhas e suas frutas tão pequenininhas, que parecem umas pulguinhas verdes. No entanto, ela não é nada frágil! Não compreendo porque não se usa esta planta de forma ornamental.

A quebra-pedra que fotografei ficou no pé da árvore por cerca de dois meses. Nesta semana, quando lá passei, vi que ela não estava mais ali. Aparentemente, pois ainda resta a base de seu pé. Alguém deve ter colhido para fazer a infusão, pois as outras plantas ao pé da árvore continuam lá, inclusive a kalanchoe que está muito bela.

O meu encontro com esta erva despertou-me a curiosidade, até pra contar pra vocês, sobre sua família ou espécie. Descobri que ela é da espécie Phyllanthus. Essa erva apresenta grande capacidade de adaptação, podendo suportar locais muito adversos, na maioria das vezes com baixo nível de umidade e nutrientes.

É comum se alastrarem nas rachaduras e frestas dos muros e calçadas, levando, muitas vezes o observador a pensar que foram responsáveis pelas rachaduras ao brotarem. É justamente por essa característica e também por ser eficaz na eliminação de cálculos renais que surgiu o nome popular "quebra-pedra”.

A medicina popular brasileira utiliza amplamente esta planta, tanto no tratamento de problemas relacionados ao aparelho urinário, como também no auxílio no combate a problemas estomacais.

Há cerca de 200 espécies distribuídas pelas Américas, principalmente Brasil e Caribe. Cerca de onze espécies atingem latitudes temperadas, mas não são encontradas na Europa e na costa pacífica do continente americano.
Sensacional esta plantinha rústica, não é mesmo? Mas, lamentavelmente, há um registro sobre a quebra-pedra que não nos permite comemorar. Usada pelos nossos índios para tratar problemas hepáticos e renais, ela foi patenteada por uma empresa americana para a fabricação de medicamento para hepatite B.

Fonte: matéria escrita por Rose Aielo Blanco – jornalista e editora do http://www.jardimdeflores.com.br/

As espécies encontradas no Brasil são chamadas popularmente de quebra-pedra, arrebenta-pedra ou erva-pombinha. São muito reconhecidas popularmente por suas propriedades diuréticas, sendo utilizadas na eliminação de cálculos renais. Recentemente pesquisadores descobriram em várias espécies do gênero uma atividade anti-viral, com possíveis aplicações no tratamento da Hepatite-B e câncer.

A espécie mais facilmente encontrada no Brasil - e também a mais utilizada - é a Phyllanthus niruri. O uso praticamente se restringe à medicina popular, uma vez que quase não são vistas espécies deste gênero utilizadas como ornamentais.

De fato, ela não quebra... ao contrário do que o nome popular diz, a infusão de quebra-pedra não funciona exatamente quebrando as pedras nos rins. Na verdade o Phyllantus niruri evita que os cálculos se formem e relaxa o sistema urinário, o que ajuda a expeli-los. Pelo menos é isso que foi comprovado no estudo realizado pela química Ana Maria Freitas, do departamento de Nefrologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).

A pesquisa constatou que a infusão de quebra-pedra reduz a adesão de cristais de oxalato de cálcio às paredes do túbulo renal. Durante dois anos o Phyllantus niruri foi ministrado a 58 ratos na forma de pó, para que os componentes não fossem alterados. Pequenas pedras de oxalato de cálcio foram implantadas na bexiga das cobaias, divididas em dois grupos. Um deles tomou a substância diariamente, enquanto o outro ingeria apenas água. Após 42 dias os animais que não tomavam o medicamento formaram uma média de 12 pedras, com cerca de 0,18 g cada. Os demais apresentaram apenas três cálculos, de aproximadamente 0,02 g.

A análise das pedras indicou que o chá impede a aderência de macromoléculas aos cristais de oxalato de cálcio porque reverte sua polaridade. "Os cristais se prendem à parede celular porque há uma atração elétrica entre ambos", a química esclarece. "Os cristais têm carga positiva, e a parede celular, negativa. O Phyllantus niruri parece mudar a polaridade da carga dos cristais, e inibir assim sua adesão ao túbulo renal". A infusão também relaxa o sistema urinário, o que facilita a expulsão dos cálculos.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

O Desenho da Semente

------------------------------------------------------------------- " Pele da Semente"

Em outubro do ano passado, 2009, o Espaço Cultural Banco Central apresentou a exposição “O Desenho da Semente”, das artistas Fátima Lourenço e Maria Lucia Panizza.
A exposição foi especial para mim pois houve a participação de duas grandes amigas. Fátima, que conheço há muitos anos, desde que fizemos o curso de desenho do Prof. Dalton, e Mara, que conheci há muito mais tempo, mas que também com ela convivi nas épocas da escola de desenho.

Fátima e Maria Lúcia, que conheci no dia da abertura da exposição, desenvolveram este projeto por cerca de dois anos, que culminou nesta maravilhosa exposição.


Este vídeo pode ser visto em tela cheia no endereço: http://gmorita.multiply.com/video/item/15.

Mara foi responsável pela montagem do trabalho de Fátima. Ela, além de artista plástica, é uma especialista em montagens e instalações artísticas.

eu e Mara na abertura da exposição



Para mim, não foi surpresa receber a notícia de que ambas, Fátima e Maria Lúcia, estavam entre os melhores expositores de 2009 do Espaço Banco Central.

Assim, a princípio, entre 10 de dezembro de 2009 e 8 de janeiro de 2010, foram expostas as melhores obras de 2009.

Lá, só pude comparecer no último dia – dia 8 de janeiro. Quando cheguei, tive uma gratíssima surpresa, que considero “o” presente de Ano Novo. Ali estavam Fátima, Celso do Prado (velho amigo, artista plástico e professor de artes), Marinês Takano (curadora do Espaço Cultural Banco Central) e Vieira (ceramista e professor desta arte, que conheci naquele dia).

Mas o melhor mesmo ainda estava por vir e a portadora da notícia foi Marinês, que nos disse que a exposição estava prorrogada até o dia 29 de janeiro de 2010.

Eis aqui as informações básicas:

Exposição: até 29 de janeiro de 2010, segunda-feira a sexta-feira, exceto feriado, das 10h às 16h.

Local: Av. Paulista, 1.804 - Térreo
Telefone: (11) 3491-6916 / 3491-7847

Então, gente, ainda há tempo! Vamos lá.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Mãe de milhares


Um dia, caminhando pela calçada, em direção à estação Vila Madalena do metrô, uma plantinha ao pé de uma árvore chamou minha atenção, bem onde eu estava a atravessar a rua.

Uma planta familiar, que me fez lembrar o jardim da casa em que morei quando criança. Não consegui me recordar seu nome.
Fui investigar, após fotografá-la.

Descobri que é uma Kalanchoe. Surpresa..., pois a kalanchoe que eu conhecia é a blossfeldiana, bastante comum dentre as plantas ornamentais. É conhecida como flor-da-fortuna, calanchoê, calancoê, calandiva, kalandiva, kalanchoê e flor-do-papai. É uma planta suculenta de folhas com margens rendadas. Tem um significado especial, considerada a flor-da-fortuna e da felicidade é muito presenteada entre amigos e parentes. Suas flores podem ser simples ou dobradas de muitas cores diferentes, com grande durabilidade. As variedades de flores dobradas são chamadas de calandivas ou kalandivas.

Aquela que encontrei junto à árvore, descobri que é uma kalanchoe daigremontiana, conhecida como mãe-de-milhares. Por que mãe-de-milhares? Observem aqueles pontinhos junto às folhas, que, pela foto, poderiam até ser confundidos com espinhos. São pequenas plantinhas que estão nascendo. Eis o porque de mãe-de-milhares!


Ambas são originárias da África do Sul, Madagascar e Ásia. Todas muito belas! A família tem o nome de Crassulaceae.

Fiquei a pensar naquela plantinha ao pé da árvore, num lugar em que quase ninguém olha. Uma plantinha tão bonitinha, que poderia estar num jardim e está ali, na calçada, num cantinho de terra quase que por generosidade da árvore.

Poderíamos chamá-la de "sem jardim"?

Foi interessante também descobrir que uma das variedades, a Bryophyllum calycinum (do grego bryo/bryein = broto, phyllon = folha), dessa família é utilizada na medicina fitoterápica. Ela é utilizada para distúrbios do sono, ansiedade, agitação, medos, esgotamento, astenia, choque pós traumático e tendência histérica. E mais ainda, em casos de inflamações recidivantes e distúrbios funcionais do sistema metabólico e trabalho de parto prematuro. Tudo isso!

Uma outra variedade, a bryophyllum ibacuense, tem sido usada nos remédios florais. Neste caso, é utilizada para auxiliar em questões com medo de perdas, de ser descoberto e perder o controle, insegurança; desconexão com seu eu interior, incapacidade de ação, desconfiança e falta de fé; sentimento de falta de proteção e isolamento; problemas estomacais; personalidade forte, dominadora e manipuladora. Seu uso busca desenvolver a confiança em si mesmo, na vida e no universo; proteção e nutrição; conexão com o eu interior e coragem para enfrentar a própria sombra. Buscar segurança no plano divino e energia para enfrentar os desafios.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Cortina de Aspargos


O que será que lhes veio à mente quando leram este título? Aquele aspargo que se come num apetitoso “crème d’asperge” ou o aspargo de jardim, com folhinhas pontudinhas como agulha e frutos em forma de bolinhas vermelhas quando maduras?

O aspargo comestível é muito apreciado e considerado um alimento de luxo, o que não se justifica, pois é de muito fácil cultivo. Da planta consomem-se os rebentos novos. Tem sabor delicado, poucas calorias e é rico em ácido fólico, além de ter propriedades diuréticas.

A raiz do aspargo é usada na terapêutica natural. Seu cozimento dá bons resultados como diurético e sedativo, sendo indicado nas doenças de fígado, baço e estômago, assim como nas afecções cardíacas, combatendo a hipertrofia deste órgão e acalmando as palpitações.

Uma curiosidade diz respeito aos apreciadores de iguarias com base nos aspargos, como o imperador romano Otávio Augusto, o gastrônomo romano Apícius, o naturalista romano Plínio, o velho, na Antiguidade. Plínio chamava os aspargos de “a verdura de Deus”. Já, durante o Renascimento, personalidades como o Rei Sol, Luís XIV e o chanceler alemão Bismarck também foram apreciadores do sabor particular do aspargo.


São parentes!



Não é incrível!

Fui pesquisar a questão depois de ter deparado com uma verdadeira cortina de aspargo, ornamental, cheio de pequenas flores brancas, como se fosse um véu de noiva.
Estava eu, num dia desses, indo para o escritório e fui obrigada a parar para observar a garagem de uma casa vizinha ao edifício onde moro, que tinha um aspargo pendente florido como eu nunca vira antes. Estão plantados em jardineiras que estão sobre a laje da garagem, cujas folhas pendem por mais de metro e meio. Formam uma cortina surpreendente.
Parei para fotografar. E continuei fotografando alguns dias mais tarde, quando já se formavam as frutinhas. Até hoje elas ainda não amadureceram.
Mais tarde, curiosa, descobri que ambos são da família das Liliáceas. O ornamental tem origem africana e o comestível tem origem européia.