sexta-feira, 4 de junho de 2010

Curiosidades envolvendo a paineira




Paineira Velha
de Zé Fortuna e Pitangueira

Paineira velha abandonada
Lá na estrada de meu sertão
Tens uma história de meu passado
Que está guardada no coração

Eu a encontrei eras pequena
Em meio ao mato onde nasceu
Todas as tardes eu a regava
E assim depressa você cresceu.

Paineira velha na sua sombra
Com minha amada fui tão feliz
Colhendo as flores que você dava

Mas o destino assim não quis
E numa tarde você murchou
E o canarinho emudeceu
Fui no seu tronco só encontrei
O nome dela e um adeus.

Paineira velha daqueles tempos
Já se passaram muitos janeiros
Ainda és tão boa tua sombra amiga
Hoje é pousada dos boiadeiros
Já não existe mais o terreiro

E o meu ranchinho cipó cobriu
E a sua casca cresceu de novo
E o nome dela também sumiu.

Paineira velha fiel amiga
Nossos destinos são sempre iguais
Se estou contente você florece
Quando eu padeço suas flores caem
Nascemos juntos paineira velha
Vamos morrer nesta união

De vossos galhos quero uma cruz
De sua madeira quero caixão.

A Paineira do Butantã
(matéria de 22/8/2005)
Walter Rossi

No distante ano de 1952 havia no final da Av. Rebouças, na encruzilhada com a Av. Vital Brasil, Av. Jockey Club e Av. Francisco Morato uma frondosa árvore, muito conhecida como a Paineira do Butantã. À sua sombra, uma casinha, a guarita da fiscalização da então conhecida barreira. O local era a saida para as estradas Raposo Tavares - São Paulo - Interior e Régis Bittencourt - São Paulo - Paraná. Estas por sinal são muito movimentadas de caminhões supercarregados que engarrafavam o trânsito, pois a parada era obrigatória para o exame das notas fiscais.

Ali começaram os longos dias de uma etapa de muitos funcionários, os Auxiliares de Fiscal de Rendas. As conversas, trocas de abraços dos moços de então, se sucediam a autos de apreensões que iriam ilustrar as jovens cabeças dos esperançosos rapazes que no futuro iriam ocupar relevantes cargos na direção da Fazenda.

Em meio a números, cálculos a duras exigências, a amenidade da fresca sombra da árvore abrandava os irrequietos funcionários - Auxiliares e Guardas Civis - a primavera se sucedia ao inverno, ao verão o outono. E as folhas secas caiam, as flores adornavam a guarita e a paina descia em flocos que realçavam o ambiente.

Quantas vezes, nas calmarias dos domingos e feriados, a roda dos atentos servidores, seus olhares se voltavam para o alto a admirar a frondosa paineira que durante o barulho e movimento constante dos outros dias da semana era esquecida. A natureza, no seu silêncio, amparava o homem e o guiava para seu próprio interior, para uma divina reflexão.

O tempo passou célere. Alguns nem perceberam. Outros anotaram no caderno de suas lembranças os colegas e amigos que consigo partilharam dos bons momentos naquele recanto. E a frondosa árvore que por si só já era um poema, tornou-se uma oração: "A Prece da Árvore"!

Quem a viu e a sentiu, até hoje não a esquece.

A velha Paineira do Butantã foi homenageada com placa de bronze e cânticos por colegiais da região, pela Administração Regional, pela Caravana da Amizade, pela Casa do Poeta, pela Associação Comercial, pelas entidades de serviços, pela imprensa falada, escrita e televisada.

Mas o progresso foi implacável: um caminhão desgovernado a abalroou e, por final, teve que ser sacrificada. Que pena!

Uma pequena muda foi destacada e plantada nos jardins da Escola Fernão Dias e alí está a "Paineirinha", na Av. Pedroso de Moraes.
(fonte: http://www.vivasp.com)

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